A pesca do bacalhau foi, talvez, a última aventura dos portugueses no mar. Conhecê-la ou recordá-la implica visitar a sala da Faina Maiordo Museu Marítimo de Ílhavo.
Exposição emblemática do Museu, representa a Faina Maior, a pesca do bacalhau à linha praticada por homens e navios portugueses durante os séculos XIX e XX. É um património fascinante e lendário, uma história plena de drama e heroísmo.
Lugar de memória da pesca do bacalhau por navios de linha (veleiros puros, veleiros com motor auxiliar ou navios-motor), esta exposição apela aos sentidos e exprime um duplo significado: evocação e homenagem a todas as comunidades que deram homens à “grande pesca”.
Em 2002, esta exposição passou a exprimir uma homenagem ao capitão Francisco Marques, último capitão do lugre Creoula e diretor do Museu Marítimo de Ílhavo entre 1999 e 2001. O percurso combina o realismo expositivo com os meios audiovisuais e outros suportes didáticos. O ambiente é mítico e envolvente, propício a uma experiência de viagem — no veleiro ou no dóri.
A exposição organiza-se em três espaços: no centro da sala exibe-se um belo iate da pesca do bacalhau, construído em madeira por antigos mestres de construção naval. Modelo em tamanho real, representa um navio típico das primeiras décadas do século XX. Talhado a meia água ou pelo limite inferior do convés, permite ao visitante ir a bordo e tocar todos os elementos materiais que faziam parte da grande faina.
Saindo do convés, podemos observar o que falta no navio. Percorrendo a ala esquerda da sala, encontram-se os espaços que ficavam sob o convés: a câmara dos oficiais, o porão de salga e o rancho. A ala direita da sala consiste numa narrativa de viagem: começa com o apresto e largada do navio; prossegue com a viagem e a faina dos dóris, pequenos botes de um só homem; termina com o ansiado regresso do navio.