
Corninho, em osso, de pequenas dimensões possui o interior oco, por forma, a ser cheio de aguardente que seria distribuída aos pescadores da pesca do bacalhau.
“Pela manhã, antes da manobra de arriar os dóris, era servido pelo moço da câmara aos pescadores que assim desejassem um gole de aguardente, a que se chamava cornada. Para esse efeito, utilizava-se por tradição a medida do corno, por ser inquebrável e mais fácil de pegar com a luva de lã calçada. A medida devia ser sempre cheia a transbordar e, se o pescador não bebesse toda, deitava o resto fora. Assim, passava de mão em mão, mas sempre limpa. Se a pesca fosse boa, o imediato dava ordem ao moço para matar o bicho ao pessoal a meio do trabalho da escala que às vezes se prolongava pela noite fora. Geralmente, a cornada era bem recebida e aplaudida com alguma graça.[...]”
LOPES, Ana Maria e MARQUES DA SILVA, António, Coleção Capitão Marques da Silva, Ílhavo, Amigos do Museu de Ílhavo, 2008.
Da autoria do Capitão Marques da Silva, a peça exposta encontra-se depositada no Museu Marítimo de Ílhavo, desde 2008.